A relevância ética das coisas simples: arte, artesanato, design e vida moderna

Autores

  • Günter Figal Albert-Ludwigs-Universität Freiburg
  • Marco Casanova UERJ

Resumo

Praticamente ninguém negaria seriamente a importância das coisas para a vida humana. Como entidades de tamanho médio estáveis, as coisas podem ser facilmente referidas a e, portanto, elas se mostram como correlatos maximamente distintivos da percepção e da cognição. Além disso, muitas atividades humanas não têm como ser performadas sem as coisas. Para a produção e para a ação em geral são necessários, com muita frequência, utensílios ou instrumentos, e algumas atividades e costumes não chegariam nem mesmo a existir sem coisas particulares. Não se poderia andar de bicicleta sem bicicletas e não se teria nem mesmo alguma ideia do que andar de bicicleta significaria sem elas; sentar-se em cadeiras não é, de modo algum, algo natural para os seres humanos, mas algo, antes, possibilitado pela produção de cadeiras. E, finalmente, há coisas que provocam um prazer e um insight particular enquanto objetos de contemplação. Tais coisas, obras de arte, se encontram separadas entre as coisas e são com frequência consideradas como inacessíveis para o uso e o manuseio. Em todo caso, obras de arte não são definidas como relacionadas com alguma outra coisa – assim como utensílios são definidos por sua relação com o uso. Obras de arte são precisamente o que são: elas são coisas em si mesmas. Não sendo relacionais, sua determinação não é ambígua, mas simples. Obras de arte são coisas simples.

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Publicado

2023-02-08

Edição

Seção

Traduções