Transtorno do Espectro Autista e Fenomenologia: Um distanciamento baseado em mitos

A Detachment Based On Myths

Autores

  • Marcos Vinicius Lourenço Nunes Prefeitura Municipal de Campinas

Resumo

O artigo pretende fomentar tópicos para reflexão dos motivos que situem o porquê da prática fenomenológica se mostrar distanciada dos cuidados aos pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e trazer à tona uma possibilidade de práxis fenomenológica desempenhada dentro do âmbito desta diagnose. Utilizaremos o pensamento de autores como Merleau-Ponty, Heidegger, Messas e Feijoo para propiciar o debate crítico da referida abordagem com a forma de estruturação das ciências hegemônicas; além disso, usaremos três histórias em quadrinhos (A Diferença Invisível, Fala Maria: Um Romance Gráfico Sobre O Autismo  Jun) para representar aquilo que a Fenomenologia pretende conquistar como “local mais originário”, buscando estabelecer um território de atuação desta abordagem junto ao TEA. Vislumbra-se discutir o afastamento destes polos a partir da nomeação de uma tríade alegórica – mito da irrelevância, da insignificância e da inépcia – que revela as bases elementares que sustentariam o modo de funcionamento do pensamento científico e como tal engendramento de princípios desloca a Fenomenologia para um local de desvalor prático, mantendo a cientificidade dentro de suas próprias logísticas e culminando na operacionalização do cuidado mediante o modo de pensar técnico-calculante.

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Publicado

2025-10-03